sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Paracetamol pode comprometer eficácia de vacinas, indica estudo

Efe, em Londres
Um estudo divulgado na revista britânica "The Lancet" descobriu que o hábito comum dos pais de darem aos filhos paracetamol para evitar reações adversas após a vacinação pode comprometer a eficácia da vacina.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Defesa, em Hradec Kralove, na República Tcheca, constatou que o remédio utilizado para prevenir a febre após a vacinação não apenas protege os pequenos contra a reação adversa, mas acaba por impedir a formação de anticorpos, objetivo principal da vacina.
Para chegar à conclusão, a equipe coordenada pelo professor Roman Prymula realizou dois testes clínicos, o primeiro com crianças em idade de receber as primeiras doses contra a hepatite B, difteria, tétano, pólio, rotavírus e o Haemophilus influenzae B, bacilo causador da meningite, entre outras doenças.
O segundo foi realizado em jovens que receberam uma segunda dose dessas vacinas.
De forma aleatória os pequenos receberam uma dose preventiva de antipiréticos a cada 6 horas durante as 24 horas posteriores à vacinação e o outro grupo não recebeu nenhuma medicação.
Os investigadores observaram que o número de crianças com febre acima de 38 graus era maior no grupo que não recebeu paracetamol nos dois testes.
No entanto, comprovaram também que este efeito em princípio positivo para a saúde dos pequenos provocava uma redução no número de anticorpos que seu corpo era capaz de gerar contra as doenças.
Segundo os autores, trata-se da primeira vez que um estudo documenta o efeito dos tratamentos pós-vacinação na criação de anticorpos.
Assim, explicam que a efetividade do paracetamol na hora de reduzir os efeitos secundários das vacinas se deve precisamente a isso, ao fato de neutralizar a atividade da dose de vírus fornecida.

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