quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Seca afeta merenda escolar no Nordeste e comércio no Sul do país


Os produtos da agricultura familiar que compunham 42% da merenda escolar no município de Araripe, a 500 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, hoje, representam apenas 21%. A queda na participação dos produtos dos pequenos agricultores na merenda dos alunos da rede pública de ensino reflete os prejuízos provocados pela seca na região. Os produtores nordestinos foram, ao lado dos sulistas, os mais afetados pela estiagem este ano no país.
No caso de Araripe, cerca de 60% das lavouras de milho, feijão e mandioca foram perdidas, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente do município. A seca afetou também o setor de bovinos, caprinos e ovinos. Os órgãos locais ainda não têm levantamentos da pecuária, mas reconhecem que os prejuízos ultrapassaram as cercas das propriedades rurais e chegaram à cidade.
“Temos um considerável impacto em toda a economia do município. Aqui, se a agricultura vai mal, toda a economia vai mal, afeta todos os setores. No comércio, por exemplo, já estimamos perdas em torno de 20% a 30%”, declarou o secretário de Desenvolvimento Agrário, Rutemberg Fortaleza.
Segundo ele, no caso da merenda escolar, Araripe é um dos poucos municípios nordestinos que conseguem superar, com folga, a meta estipulada pela lei de participação da produção local na composição da refeição escolar. “É muito difícil atingir a meta de no mínimo 30% de produtos locais na merenda escolar. Tínhamos um padrão acima desta meta até o primeiro semestre deste ano (42%), mas tivemos muitas perdas. Vamos aguardar o inverno para tentar retomar isso”, explicou Fortaleza.
AB

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