segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ministros passam imagem de desequilíbrio, dizem colegas


Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) dizem reservadamente que o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski estão passando uma imagem de "desequilíbrio emocional" que pode prejudicar a credibilidade do resultado do julgamento do mensalão.
Os ministros ouvidos pela Folha defenderam que o presidente do STF, Carlos Ayres Brito, converse com os dois para evitar a repetição do "clima de duelo" entre eles, que pode consolidar uma visão de que o tribunal está dividido em duas alas: uma pró e outra contra os réus.
"Esse ambiente só beneficia a defesa e pode pesar negativamente na avaliação final que será feita do julgamento", disse reservadamente um ministro, acrescentando que relator e revisor parecem estar desequilibrados emocionalmente, tudo que, em sua visão, um membro do Supremo deveria evitar.
Outro ministro comentou que, se fosse um júri popular, os bate-bocas protagonizados nas últimas sessões do STF já seriam motivo para um "pedido de dissolução".
Em conversas reservadas, Ayres Britto tem dito que a situação está, aos poucos, se normalizando e que vai atuar para apaziguar os ânimos no Supremo. Para o presidente da Corte, tem sido possível controlar as divergências.
O julgamento recomeça hoje, com a previsão de que o revisor Lewandowski apresente seu voto sobre o primeiro item do capítulo 3 da ação penal, que já foi apresentado por Joaquim Barbosa.
Na sessão da última quinta-feira, o relator votou pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), do empresário Marcos Valério e de seus ex-sócios no caso envolvendo a contratação de agência SMPB pela Câmara dos Deputados.
Depois do revisor, votam os demais nove ministros, por ordem inversa de antiguidade no STF. Há dúvidas se haverá tempo suficiente na sessão de hoje para isso. Ontem à noite Ayres Britto conversaria com o relator para acertar detalhes da retomada.
UOL

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