segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Após aparecimento de agenda, oposição vai convidar Lina para falar de encontro com Dilma

A oposição vai protocolar esta semana na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado requerimento com o convite para que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira preste depoimento à comissão.
Os oposicionistas querem que a ex-secretária confirme se achou a agenda em que teria anotado o dia em que diz ter se encontrado com a ministra Dilma Rousseff --no qual a ministra teria pedido para a Receita agilizar investigações sobre familiares do senador José Sarney (PMDB-AP).
"Estamos tentado fazer com que a maioria aceite que ela venha como convidada, a fim de que possam confrontá-la e estabelecer o contraditório com o que ela possa dizer agora de posse da sua agenda", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Na opinião do tucano, a ministra mentiu ao negar ter se encontrado com a ex-secretária para pedir o fim das investigações sobre familiares de Sarney.
"Está ficando como uma marca registrada do governo a mentira como arma para blindagem da sua popularidade. Não é a primeira vez que isso ocorre envolvendo a ministra Dilma. Mentira é arma utilizada pelo governo para encobertar determinadas irregularidades", afirmou Dias.
Segundo a oposição, a agenda com anotação do encontro que diz ter tido com a ministra reabre o caso sobre a suposta ação do governo para "agilizar" as investigações sobre a família Sarney.
Na agenda que Lina diz ter encontrado, há menção a uma audiência com Dilma na página de 9 de outubro de 2008. Nessa data, há de fato registro no Planalto da entrada de Lina.
Segundo a ex-secretária, o encontro foi chamado por Dilma e teve um só tema: um pedido para "agilizar" a investigação do fisco nos negócios da família de Sarney, aliado do governo Lula e hoje presidente do Senado.
Em 19 de agosto, dez dias depois de ter feito a acusação em entrevista à Folha, Lina depôs no Senado. Ela confirmou sua versão e deu mais detalhes. Tanto a ministra como Lula negaram as acusações e desafiaram a ex-secretária a apresentar provas da data exata do encontro.


Folha On line

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